PENSAR DEMAIS LANÇA “O SEMENTES”, UM RETRATO HONESTO SOBRE AMADURECIMENTO E SAÚDE MENTAL

Niterói acaba de ganhar uma nova e potente voz no cenário do rock alternativo nacional. O trio Pensar Demais, formado por Fernando Fully (voz e guitarra), Bruno Priori (baixo) e Gabe Chermont (bateria), estreia oficialmente com o EP “O Sementes”, um trabalho visceral que transforma angústias pessoais em canções diretas, emotivas e fáceis de cantar junto.

“O Sementes” é um retrato honesto do último ano vivido pela banda. Um registro sobre desafios comuns a toda uma geração: aprender a impor limites, reconhecer padrões repetidos, abraçar quem fomos e abrir espaço para quem queremos ser. As músicas falam sobre medos, isolamento emocional e, principalmente, sobre o perigo de se afastar justamente quando mais precisamos dos amigos. Apesar de cada faixa nascer de uma história diferente, todas tocam a mesma ferida — e juntas constroem um verdadeiro levante emocional.

Gravado de forma totalmente independente, o EP também marca um processo de descoberta coletiva. A banda aprendeu, ao longo do caminho, a gravar, tocar e cantar juntos, transformando encontros semanais em um espaço seguro para exorcizar fantasmas e organizar pensamentos. “O Sementes” nasce como um diário vivo, com guitarras distorcidas, riffs de teclado improvisados e uma urgência que prioriza sentimento acima de técnica. É um aprendizado, um teste, o primeiro capítulo de um espaço que a banda pretende manter aberto para digerir tudo o que a vida traz.

O lançamento é apresentado ao público pelo single “Lilás”, faixa que sintetiza a proposta do Pensar Demais: converter angústia em força através de quatro acordes, refrões grudentos e uma entrega emocional intensa. Musicalmente, o trio faz uma releitura moderna — e profundamente carioca — do rock alternativo que marcou a adolescência de seus integrantes, equilibrando nostalgia e urgência contemporânea.

As letras abordam temas como saúde mental, amadurecimento e as contradições de crescer em uma geração cheia de promessas não cumpridas, reforçando a ideia de que a vida não acontece no passado nem na expectativa do futuro, mas no agora. Como o próprio nome sugere, “O Sementes” não pretende ser um ponto de chegada, mas um começo: a prova de que sempre há algo a ser construído no momento presente.