Trio paulistano de rock alternativo usa humor para abordar assuntos sérios e do cotidiano do brasileiro
Médicos Cubanos é, de 2012 para cá, mais do que apenas a junção de duas palavras ou um nome composto para designar a nacionalidade de um grupo profissional. Médicos Cubanos, neste contexto, tem caráter social, ideológico, político e, claro, também tem a ver com saúde.
E não à toa a medicos cubanos, a banda que acaba de lançar o disco de estreia ‘meu próprio clube da luta’, se apropria de quase todas as vocações do termo nas letras, com muito deboche, ironias para abordar assuntos sérios e do cotidiano do brasileiro.
‘meu próprio clube da luta’, gravado em São Paulo, no estúdio Aurora, traz 10 faixas inspirados em sonoridades dos anos 90, em que o trio Duh Bellotto (vocais, guitarra e sintetizador), Tati Carmelo (baixo) e Victor Reis (bateria) abordam positividade tóxica, espiritualidade, política e da vida em São Paulo, além de referências à cultura pop.
Em cada faixa, a mensagem, no entanto, é séria: o momento pede que cada indivíduo olhe para dentro, reflita sobre o mundo externo, mas sem, jamais, perder a diversão. A Médicos Cubanos mostra neste álbum, com responsabilidade e respeito, que cabe humor em críticas ácidas e sóbrias.
“Tudo foi ensaiado meses antes de gravarmos em estúdio. Num mundo onde muita gente grava no celular e plugins, gravar tudo separado com amplificadores de verdade, guitarras diferentes, 19 microfones na bateria, foi uma opção estética e muito mais artística do que qualquer outra coisa. Isso também nos colocou para pensar, e tivemos tempo para ir amadurecendo essa arte, tanto q muitas letras eu mudei na hora de gravar”, fala o trio sobre o processo criativo e técnico do álbum.
Como ressalta a banda, ‘Meu próprio clube da luta’ é baseado na técnica do Tim Maia para setlist: “uma esquenta sovaco, uma mela cueca”. No universo da Médicos Cubanos isso significa: músicas alegres e bem humoradas para chamar atenção e interesse pelo disco como um todo. Vide os dois singles do disco, ‘Bar e Lanches’ e ‘Eu não falo emoji fluente’.
“Na medicos cubanos a ideia é ter letras que tragam pensamento crítico, mas numa via mais irônica e debochada, mesmo”, reforça a banda.
Peça importante neste momento da medicos cubanos é o Zé Gotinha, apresentado na capa do single ‘Eu não falo emoji fluente’. O personagem terá papel importante nos videoclipes da banda (que como manda a tradição dos anos 90 serão lançados após o disco), dando outras intepretações à musica do trio. O único spoiler é que o Zé Gotinha, às vezes deixado de lado e desacreditado pelo Governo Federal, será resgatado pela medicos cubanos e, daí em diante, muita coisa acontecerá!
A banda
A gênese da banda data 2013, época em que os médicos cubanos começaram a desembarcar no Brasil. “Surgiu aquele meme de que eles já seriam melhores que os Engenheiros do Hawaii. Na hora, eu que era um magnata da internet, já registrei o domínio medicoscubanos.com.br e recrutei alguns amigos pra a banda”, conta duh.
No entanto, o real início da Médicos Cubanos é 2019, já com a atual formação, vide que de 2013 até 2019, apenas um show foi realizado e nada mais. Desde então, lançaram 3 EPs, até chegar ao disco ‘Meu próprio clube da luta’.
Escute o disco aqui:
Comentarios