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  • Foto do escritorSusse Magazine

A reverberação e distorção espiritual sombria do guitarrista e vocalista Marcelo Maus

Músico faz parte do duo de stoner/doom Elephantus


Elephantus é um Duo de Stoner/Doom, formado no final de 2019 em Blumenau/SC, que mistura elementos diferenciados (e, em primeiro momento, um tanto inusitados) na sonoridade de seu EP de estréia.


O novo material foi gravado ao vivo e em uma única noite no Estúdio Mansão Wayne e traz uma variedade de elementos (uns mais típicos, outros mais incomuns ao gênero) que preenchem de forma sólida e atrativa suas quatro faixas.


Em certos momentos sua sonoridade remete à uma versão menos psicodélica e viajante, porém, mais pesada, de Samsara Blues Experiment, indo de encontro a ritmos do Nordeste brasileiro, demonstrando assim todas suas influências de Sepultura à Zé Ramalho.


Marcelo Maus trás a música do Elephantus, aspectos distintos e essenciais para a formação da estética sonora do duo; a base do heavy metal setentista, a inspiração do blues, a inclusão de influências orientais e da música brasileira, junto a uma abordagem espiritual e contestadora.


A reverberação e distorção espiritual sombria do guitarrista e vocalista Marcelo Maus quando combinada aos seu vocais cria uma bela paisagem de ruído, levando o ouvinte a uma imersão harmoniosa, que vai do rock espacial a obscuridade e Psicodelia do universo do prog dark.


Conversamos com o música sobre sua trajetória, backline, influências musicais, processo de composição, entre outras curiosidades. Confira!


O duo Elephantus apresenta uma sintonia e criatividade fora do comum. Como

que funciona a parceria de vocês como músico e amigos dentro do projeto? Como

começou essa parceria?

A parceria começou pouco tempo depois que me mudei para Blumenau, conheci

o Mamede em uns botecos perto de casa, descobrimos que morávamos na mesma rua.

Foi meio que paixão à primeira vista, pouco tempo depois já estávamos virando as

madrugadas juntos escutando Sepultura e uma porrada de som, dali a gente já vinha

confabulando uns projetos. Foi nos meados de 2019 que sentimos firmeza em botar pra

funcionar no formato de DUO e que rumo mais ou menos tomar. O resto ganhou forma

de maneira bem natural, no final de outubro fizemos o primeiro ensaio e dia 30 de

novembro estreamos.


Dentro do cenário do rock, stoner e alternativo, você costuma acompanhar

bandas com trabalho autoral? E sobre as estrangeiras, alguma atual que tenha lhe

chamado a atenção ultimamente?

Sou muito fã do cenário BRASA, rock pesado e chapado brasileiro, é tanta banda

foda que eu gosto tanto que vou citar aqui as primeiras que me vem na cabeça apenas

nesse breve momento: Projeto Trator, Cassandra, Crappy Jazz, Ruínas de Sade,

Mudness, Monstro Amigo, Wolf Among Us, Barra Pesada, Corram Para as Colinas,

Água Pesada, Bad BeBop, Cattarse e Muñoz, dentre tantas outras bandas animais do

cenário brasileiro. Duas bandas estrangeiras que tenho curtido bastante são: My

Sleeping Karma e Ocean Towers. Fora as já clássicas que continuam bastante na ativa

como Mastodon e OM.


Que dica você daria a músicos brasileiros da cena, que tem medo de experimentar

e inventar coisas novas em suas músicas?

Diria para experimentar sem dó! Principalmente nos quesitos ritmos e

sonoridades brasileiras e exóticas para dentro do Metal e Rock’n roll. Acho que é algo

vasto a ser explorado e revisitado ainda, combina demais, principalmente quando o

sentimento é tribalístico.


Qual modelo e marca de guitarra, cordas e amplificador você usa? Conta pra

gente a relação de amor com seu instrumento.

Para o Elephantus a SG caiu como uma luva, eu sou apaixonado por Strato mas

a SG que sempre amei também, tem o corpo e timbre Sabbathico perfeito pra gente.

Amplificadores eu sempre fui muito fã dos timbres de valvulados antigões, como o

famoso Gianini Tremendão, VOX e Orange. Nessa linha eu descolei um Power Horse há

alguns anos, é um combo valvulado nacional bem vintage, recentemente caiu do céu

para mim um cabeçote da Palmer, que também é um valvulado brasileiro vintage. Gosto

de ir na linha do som mais orgânico possível nos timbres bases. Eu uso encordoamento

0.11 na afinação CGCFAD.



Quais são as suas maiores influências musicais? Pra você qual é o maior

guitarrista e frontman de todos os tempos?

Difícil dizer quais são minhas maiores influências, desde moleque sempre fui

apaixonado por Rock velho e Rock Progressivo, depois veio o metal e já há alguns anos

que tenho mergulhado de cabeça em músicas folclóricas de várias partes do mundo,

principalmente da Ásia, África, oriente médio, nordeste brasileiro e Índia. Virei fã

absoluto de um guitarrista do Níger chamado Bombino, ele traz pra guitarra de maneira

fantástica a música cigana e tuaregue. Para mim é muito difícil citar um único guitarrista

(Não conseguiria dormir à noite) alguns do que eu acho mais originais e que sempre me

cativaram, são: Tony Iommi, Alex Lifeson, Brent Hinds, Andreas Kisser, Tony Iommi,

Matt Pike, Sérgio Dias, Robert Fripp, Mozart Mello, Tony Iommi... e por aí vai..Para mim

os maiores frontmans da história são o Bob Marley e o Max Cavalera. Outros

instrumentistas que tocam os mais diversos e tipos de instrumentos diferentes me

cativam e me inspiram muito também.


Suas linhas de guitarra demonstram uma combinação de técnica e criatividade.

Você sempre compõe e cria as músicas pensando de forma analítica ou elas

acabam saindo naturalmente desse jeito?

Sempre de forma natural mas, depois que eu já compus a parte básica. O

"grosso", por assim dizer, eu analiso e procuro dentro do que eu sei de teoria para

avaliar alternativas e dar um acabamento final nos arranjos.


Como a música surgiu em sua vida?

Como todo ser humano eu sempre amei música desde que me entendo por

gente, eu acredito que todos já nascemos com essa paixão, o que muda é o caminho

que cada indivíduo toma. Meu irmão mais velho na adolescência apareceu com um

violão em casa, começou a tocar, acho que foi o primeiro músico em toda a família, eu

grudei no violão também e ele me ensinou os primeiros passos.


Qual foi o melhor momento da trajetória da banda para você? Conta pra gente.

Todas as vezes que a gente tocou ao vivo foram muito especiais pra mim, do

primeiro show em Novembro de 2019 ao último em fevereiro antes da pandemia.

Inclusive esse último, em fevereiro no Arnoni Fest em São José/SC, foi muito especial, 9

bandas, todas muito fodas do Punk ao Metalzão. A gente fechou o festival, e naquela

altura já subimos no palco inspirados por tanto som foda que tocou naquele dia, o lugar

estava cheio de roqueiros velhos, novos, vários amigos e parceiros dali de Florianópolis e

São José, foi sensacional.


Qual é a sua faixa favorita da banda?

Todas são especiais e compostas totalmente em parceria com o Mamede, a

música que abre o EP "A Espinha Dorsal da Noite"; é interessante. Ela foi a primeira

coisa que tocamos no primeiro ensaio que foi só de jam e improvisos, a gente estava

gravando o ensaio e quando fomos ouvir, ela estava toda ali no primeiro improviso

praticamente como ela é hoje. É um som que gosto muito e acho legal pela forma que

foi composta. Parece que alguém enviou de outro lugar para nós já prontinho.


Quais os planos para 2020? Alguma previsão de lançar material inédito ou clipe?

Vamos lançar em nosso aniversário de 1 ano, que é a data do primeiro ensaio dia

30 de outubro, um ao vivo em estúdio do single "No Rastro da Serpente". Retomamos

os ensaios recentemente por conta da pandemia, cheios de ideias novas para trabalhar.

Pretendemos lançar em 2021 nosso segundo EP, mas antes disso gostaríamos de

lançar algum ao vivo tocando todas as músicas do Ep e quem sabe já com algum som

inédito.


Confira o EP "Elephantus": https://spoti.fi/2Nf7nma

Leia aqui a resenha do EP debut da banda: https://www.rarozine.com.br/review-o-debut-do-elephantus/


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